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COLUNA DA GISELE MAGALHÃES: Educação a quem possa interessar

Texto 12

Estamos prestes a entrar naquele período caótico das campanhas eleitorais. Período no qual todos os futuros candidatos e partidos têm um “plano infalível” para alavancar a educação, entre outras questões sociais, e transformar o Brasil “no país de primeiro mundo que ele merece ser”. Eu estou farta disso.

Já dizia o saudoso Darcy Ribeiro, quando da criação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação): “A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto”. Basta ver os cortes sempre atribuídos a esse setor para se legitimar tal fala.

A verdade é que a educação, entre outros setores (segurança, saúde...), se tornou uma promessa eterna nunca cumprida. Cada um tira, dessa pequena palavra de grande significado, o seu interesse pessoal. Aos políticos, cabem as soluções que jamais serão colocadas em prática, senão, o que mais poderão prometer?!

Desde que a educação é gratuita, obrigatória e para todos, ela se tornou o meio de se formar possíveis funcionários. Para os pais, também funciona como local para deixar os filhos enquanto trabalham. E esses filhos... Muitos já não veem sentido em estar nas escolas. Não foi algo criado, de fato, para eles. Muitos não se identificam e apenas comparecem por serem obrigados.

Existe uma diferença intrínseca entre a educação da forma como ela é praticada e como ela deveria ser.

Enquanto o Estado não se dedica efetivamente a ela, a educação só cumprirá seu verdadeiro propósito quando cada aluno, como indivíduo, assumir para si as rédeas da sua escolarização tornando-a significativa como característica indissociável ao seu ser e, então, começaremos a andar rumo ao país que mereceremos. A meu ver, apenas dessa maneira vamos parar de acreditar em promessas e buscar juntos soluções. “Todos juntos pela educação!”

(Sou a Gisele Magalhães. Mulher, negra, mãe, artista, produtora cultural e professora de Arte. Pertenço aos 0,1%, segundo o censo do MEC, de 2013, de professores da rede básica de ensino formados em Teatro e acredito na força dessa arte na formação do indivíduo e construção de sua autonomia.)