O final do período na universidade onde trabalho está se aproximando. Muito em breve, as turmas concluirão as disciplinas que estão cursando e começarão as férias: um momento de merecido descanso dos estudantes e dos professores.
Também está chegando a hora de nos despedirmos uns dos outros. Tenho começado, por isso, a observar meus alunos com certa nostalgia. Esse encontro semanal, da turma, logo deixará de existir para sempre. Sei, por experiências anteriores, que nunca mais me encontrarei com alguns de meus alunos, que nos afastaremos completamente.
Assim, especialmente nas últimas aulas que ministro em cada turma, procuro conversar sobre a importância de uma prática docente engajada e reflexiva. E me coloco à disposição dos estudantes para quando precisarem de mim. Dá um aperto no coração, mas observo que predomina, em mim, um sentimento bonito de esperança. Acredito muito nos jovens que estudam comigo. Querem ser professores e noto que muitos deles estão mesmo empenhados em sua formação.
Agora, com as disciplinas sendo encerradas, eles continuam seguindo em direção à conclusão dos seus cursos de licenciatura, e eu fico, daqui, na torcida para que, de uma forma positiva, eu possa ter sido capaz de contribuir com suas travessias pela graduação. No “balanço” da minha atuação como professora neste semestre, espero ter sido coerente com o que acredito, delicada e acolhedora nos momentos certos. Desejo que meus pedidos de desculpa tenham sido aceitos, e que eu tenha contribuído para que estes jovens possam se tornar, um dia, bons professores. E, claro, que eles saibam onde me encontrar, que tenham certeza de que podem contar sempre comigo.
(Eu sou a Elô Lebourg, idealizadora do Professores transformadores. Entre tantas coisas, sou historiadora e mestra em Educação. Sou uma professora transformadora também, dessas que acredita que vai mesmo melhorar o mundo.)
